Resumo: Em O mal-estar da civilização Freud buscou apresentar uma discussão sobre os ganhos e as perdas da civilização, e em específico sobre o mal-estar causado por suas limitações. Para Elias, a civilização, como prática, envolve o controle das condutas, a regulação dos modos e a subordinação das emoções. O tormento trazido pela civilização decorre do modo pelo qual ela limita a liberdade, se sobrepondo aos impulsos, impondo tarefas culturais acima das vontades individuais. A civilização é a repressão social se tornando uma cobrança constante e internalizada como mal-estar. Nesse artigo busco articular sociologicamente, em contraposição a diversos autores da teoria social, o conjunto de hipóteses levantadas por Byung-Chul Han (2018b) sobre a psicopolítica, de modo a repensar os rumos e as transformações do mal-estar em uma sociedade não repressiva (fundada em negatividade), mas afirmativa (fundada em positividade).
Abstract: In Civilization and its discontents Freud sought to present a discussion about the gains and losses of civilization, and specifically about the discontent caused by its limitations. For Elias, civilization, as a practice, involves the control of conduct, the regulation of modes and the subordination of emotions. The torment brought by civilization results from the way in which it limits freedom, overcoming impulses, imposing cultural tasks above individual wills. Civilization is social repression becoming a constant internalized demand as discontentment. In this article I seek to articulate sociologically, in opposition to several authors of social theory, the set of hypotheses raised by Han about psychopolitics, in order to rethink the directions and transformations of discontentment in a society that is not repressive (founded on negativity) but affirmative (founded on positivity).
Resumen: En El malestar de la civilización Freud buscó presentar una discusión sobre las ganancias y pérdidas de la civilización, y específicamente sobre el malestar causado por sus limitaciones. Para Elías, la civilización, como práctica, implica el control de la conducta, la regulación de los modos y la subordinación de las emociones. El tormento provocado por la civilización es el resultado de la forma en que limita la libertad, vence los impulsos, impone tareas culturales por encima de las voluntades individuales. La civilización es la represión social convirtiéndose en una demanda constante e internalizada como malestar. En este artículo busco articular sociológicamente, en oposición a varios autores de teoría social, el conjunto de hipótesis planteadas por Byung-Chul Han sobre la psicopolítica, con el fin de repensar las direcciones y transformaciones del malestar en una sociedad no represiva (fundada en la negatividad), pero afirmativo (basado en la positividad).